Black Friday pode amenizar alta do dólar para quem vai viajar

Quem tem viagem marcada ao exterior e foi pego pela alta histórica da moeda americana, que chegou nesta quarta (27) a R$ 4,25, pode aproveitar as promoções da Black Friday para comprar dólar e outros serviços com desconto. 3i6b5m

A corretora de câmbio Travelex Confidence, por exemplo, vai dar desconto nas compras de moeda em dinheiro e cartão de débito, além de 9% de desconto na compra de chip para uso de serviço de telefonia, 7% no seguro internacional e 5% em ingressos para eios e apresentações culturais.

A CVC, agência de viagens, oferece dois dias extra de eios na Disney para quem compra quatro e câmbio fixo a R$ 3,89 para compra de pacotes.

Rogério Rocha, diretor de marketing da Travelex Confidence, lembra que o consumidor deve estar atento aos descontos que podem não sair tão vantajosos.

"Algumas promoções anunciam um spread [diferença entre o câmbio comercial e o valor do câmbio turismo] mais baixo para quem compra o cartão pré-pago. Mas, muitas vezes, o imposto cobrado é maior e não compensa."

Ele refere-se ao Imposto sobre Transações Financeiras (IOF), que é de 6,38%. Para a compra em espécie, o tributo é de 1,1%. O valor do câmbio turismo, negociado nas corretoras, é maior que o comercial porque contém os custos logísticos, istrativos e de operação.

No começo da semana, declarações recentes do ministro Paulo Guedes de que o dólar alto será o novo normal da política econômica brasileira dão sinal de que o valor não deve cair nas próximas semanas. "Já entendemos que o dólar não vai ficar em R$ 3,50 tão cedo", diz Felipe Pellegrini, gerente de tesouraria do Travelex Bank.

A alta da moeda americana está deixando viajantes cautelosos, de acordo com Rocha. "Vemos que o turista está pesquisando mais, comprando menos dinheiro em espécie e reduzindo as compras no destino", diz.

Segundo Eduardo Fleury, líder de operações do Kayak, buscador de viagens, a insegurança do turista diante de um cenário instável é maior do que em período de alta estável. Para ele, é por não saber se o dólar chegou num teto que o viajante muda seus planos, não necessariamente porque o valor está alto.

"O que muda, nesse cenário, é o perfil da viagem: destinos mais próximos e tempo mais curto, com padrões diferentes de hospedagem e eios", diz Fleury.

Para amenizar os impactos do preço da moeda nas viagens, a recomendação é de que o viajante não deixe para comprar todo o dinheiro de última hora. "Os compradores não devem tentar acertar a mínima do dólar", diz Pellegrini.

Segundo ele, a melhor estratégia é comprar aos poucos, em períodos de queda no câmbio, para atingir uma taxa média mais atrativa.

 

Fonte - Agência Brasil